sábado, 12 de julho de 2008

O bonde da chilena



Depois de levar uma mijada do chefe no trabalho, brigar por telefone com a namorada por ter esquecido de ligar, checar o saldo bancário negativo e descobrir que ainda está na metade do mês, é hora de voltar pra casa. Frio pelas ruas de Santiago e o metrô parece a melhor opção para chegar em casa mais rápido e esquecer o dia de cão. E então, após escadarrolantear em direção ao subsolo, o desgraçado entra num vagão onde pensaria encontrar mais uma vez a melancolia na expressão do proletariado chileno, mas se depara com uma surpresa de fio dental, corpo espetacular e performances inacreditáveis na barra de ferro do trem. É o bonde da chilena.



A arte e o protesto nas barras de ferro do metrô de Santiago



Na quinta-feira passada, 9 de julho, a polícia de Santiago colocou as mãos (com muito gosto) em Monserrat Morilles, a gata de 26 anos que injetou sensualidade e muita inspiração nos metrôs da capital chilena, dando ao trabalhador comum uma semana cheia de emoção. Monserrat é uma dançarina cheia de boas intenções, que realizava sua generosa performance em vagões com poucas senhoras e nenhuma criança. Ela disse que seu ato era um protesto contra o puritanismo da sociedade chilena.

Sua prisão causou um tumulto enorme em Santiago entre policiais e a imprensa, que acompanhava o prato cheio dos noticiários da semana. E era mais quem queria conduzir a moça para a viatura dando uma bela duma encoxada.




Era mais quem queria prender a "Musa do Metrô"




As barras de ferro que a “Musa do Metrô” se esfregava já estão marcadas e, desde quinta-feira, são poucos os machos que querem ficar sentados no vagão. No entanto, a gata se disse surpresa com a timidez do homem chileno, que fingia não olhar ou se afastavam da gata.

É a arte da performance encontrando o altruísmo sexual e desenvolvendo um dos melhores trabalhos sociais que se tem notícia. Depois de Monserrat Morilles, a volta para casa não será mais uma tarefa dolorosa.




Vai, Monserrat, vai descendo do vagão!


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