segunda-feira, 30 de junho de 2008

Carrie, mó mina estranha, mano!




Se todas as mulheres fossem como Carrie Bradshaw, a jornalista descolada de Sex and the city, eu provavelmente viraria boiola. A independência feminina tomou forma da pior maneira possível na pele de quatro peruas de Nova York que correm desesperadamente atrás do amor, moldando os relacionamentos de acordo com seus conceitos cafonas e transformando qualquer babaquice num drama sem fim. Elas têm em suas carreiras profissionais o combustível para a felicidade moderna, mas não conseguem seguir adiante sem enfrentar os dilemas amorosos contra seu arquiinimigo: o macho.

O detalhe é que das quatro protagonistas (uma beirando os 50 e as outras quarentonas), nenhuma tem o perfil da mulher ideal. Cafonas, cortes de cabelos horrorosos e pernas finas passam longe do que seria um shape ideal. O que falta em uma existe na outra. Vamos lá:

- Miranda: É feia da cabeça aos pés, tem um corte de cabelo que não ajuda e segue naquele estilão de mulher que domina a situação. Fica sem dar para o marido durante seis meses, sem se depilar durante um ano e acha um crime ele ter feito sexo com outra mulher.




- Charlotte: É a bonitinha-panaca e deslumbrada com o mundo adulto e a idéia de ter filhos. Casada com um bocó que parece viado, sua personagem carrega o estigma de ser a mais fresca do grupo. Numa viagem ao México, no filme, a piada mais primeiromundista que já vi: Charlotte come pudins americanos para não comer nada que seja confeccionado no México, o país indigente de terceiro mundo.



- Carrie Bradshaw: Tudo o que eu evitaria a vida inteira: feiosa, mania de magreza, cafona até as unhas, colunista de moda, feminilidades e a grande porta-voz dos anseios femininos. Planeja todo o casamento com o tal do Big (que parece ser um cara bacana até) e ainda fica puta quando ele não aparece no casamento. O pior é a canastrice. Não tem nada que ela faça (aí eu incluo também a atriz Sarah Jessica Parker) que não force um olhar sedutor.



- Samantha Jones: Tai uma personagem legal nessa merda toda. Perua, gostosa e caceteira até a alma, ela acha que nunca vai envelhecer. Faz surpresinhas sexuais e é ligadona em coisas como vouyerismo, ménage à trois e outras coisas legais com nomes estrangeiros. Lembro dela bombando em Porky’s, de 1982, onde já mostrava seu sex appeal nas telonas. No filme ela faz juma mulher de 50 anos, mas deve ter sido generosidade do roteirista.


Líder de bilheteria em sua estréia nos cinemas - e um dos maiores sucessos da TV americana, o seriado Sex and the city impôs regras ao modo de vida independente feminino e ganhou milhares de fãs mulheres que acreditam que a carreira em primeiro plano e o amor em segundo são a salvação de suas vidas perdidas. Acontecer naturalmente nem pensar, né?

Se a relação da música com o amor e a natureza masculina de Alta Fidelidade retratou fielmente um modo vida do homem moderno nas telas de cinema e nas páginas da obra de Nick Hornby, Sex and the city destrói a imagem da mulher moderna, transformando os valores femininos em futilidades típicas de uma princesa mimada que não tem problema na vida e se afunda numa depressão por qualquer besteira. Juro que até ri de um ou outro episódio da série na TV, mas o filme consegue vulgarizar legal a imagem da mulher independente e dona de si. Rolam uns peitinhos na película (não se preocupe, não são os da Sarah Jessica Parker) e umas referências de sacanagem que dão uma certa alegria, como a Kim Cattrall nua coberta de sushi esperando o namorado para uma surpresa.

Saí do cinema cabisbaixo e temeroso de que as mulheres todas queiram imitar aquele estilo de vida e dificultar cada vez mais o entendimento com o sexo oposto. Sei que algumas já trilham esse caminho. No final, todas elas se aproximaram do fantasma que sempre exorcizaram e acabam descobrindo que ficaram velhas para constituir uma família. Cuidado, mulher brasileira, cuidado.

17 comentários:

K. disse...

eu só assisti a um episódio dessa série - nem sei qual deles - e detestei de cara. me senti mal por ver mulheres com mais de quarenta anos agindo como as figurantes de malhação ou coisa que o valha. eram uns dilemas sentimentaloides que me lembraram bastante meus doze anos...

Kelvin disse...

Tudo bem, o filme é terrível. Mas tem algo mais cafona do que usar a palavra cafona???

Unknown disse...

Cafonice é se preocupar com a roupa da Carrie Bradshaw. (macho que é macho nao se preocupa com roupa - pelo menos é o que vcs sempre me dizem!)

Unknown disse...

Cafone é reclamar de cafona, brega é mais supimpa mas o que importa é, Sex and the city é uma bosta.

Marcelo Damaso disse...

"Kelvin disse...

Tudo bem, o filme é terrível. Mas tem algo mais cafona do que usar a palavra cafona???"

errr... se chamar Kelvin?

Kelvin disse...

hahahahahahahahahahahahahaha

Marcelo Damaso disse...

Sra. Priscilla, o homem moderno repara sim no look da mulher, ainda que a finalidade sempre seja vê-la sem nada. O istáile importa, gata.

Unknown disse...

nem vem.
vcs compram playboy de mulher melancia e carla perez.
Staile ZERO.

Unknown disse...

Adoro ver homem sacaneado ficar putinho da vida!
bj.

Anônimo disse...

Bom texto, o filme é tudo isso mesmo (me disseram), mas vamos parar com esse negócio de falar da cafonice do nome dos outros...

Marcelo Damaso disse...

Spencer é um nome de macho Placa na Cueca!

Unknown disse...

ai, que blog mais vazio, cara.

Let Azevedo disse...

Não assisti ao filme porque meu namorado me enrolou e não me levou ao cinema.
Mesmo não o tendo assistido, e falando por todas as temporadas que acompanhei de Sex in the city, digo; mulher de 40, encalhada, morando em NY só pode ser insegura, fútil e algumas vezes infantil em seus relacionamentos amorosos. Na verdade, nem precisa morar em NY pra isso. Se encontrares aqui em nossa cidade uma mulher de 40 e encalhada, pode ter certeza que ela tb é assim.
Relacionamento amoroso é uma coisa complicada pra qq tipo de pessoa, pras de 40 encalhadas, então... Imagina que a mulher tá desesperada, e vê em qq relação a sua última chance de subir ao altar.
É uma barra, imagino.
Não quero chegar aos 40 encalhada.
À propósito, eu amo a Carrie com todos os defeitos e futilidades que ela tem! E também acho que não é à toa que milhares de mulheres pelo mundo amem e se identifiquem com a série.
Beijo.

Marcelo Damaso disse...

Beeeeeeeeeeeeeeeeijos, Letícia.

Volte sempre.

Betania disse...

Mais sexista impossível.

Homens tomando cerveja, falando de mulher, futebol e carro pode.

Mulheres falando de seus relacionamentos fracassos, futilidades como bolsas e sapatos não pode.

Tá bom então.

Mas eu concordo contigo: essa bandeira de libertaçao sexual feminina fez com que a mulher se comportasse como os homens, nivelando por baixo. Eu sou totalmente pro os valores femininos sem todo esse falso moralismo.

Beeeeijo.

Maíra disse...

Sensacional o texto, Damaso!
Adoro Sex in The City, mãsssss...
Sei lá, cansei desse papo femenista. Acho que já chegou o tempo das fêmeas procurarem a mulherzinha que existe dentro delas.
Eu já até tô procurando a minha.

Beijocas,

Maíra.

Guto Lobato disse...

texto sensacional, Damaso, apesar de eu não concordar com quase nada! hehehehe =) mas isso fica pra um bate-papo em alguma pré-estréia do Moviecom!

muito boa a idéia do blog, bicho! vou visitar sempre!

abração!